Vacina BCG atinge 75,3% de cobertura no Brasil no primeiro semestre
Número já se aproxima do índice preliminar de todo o ano passado, quando o país registrou 79,1% das crianças menores de um ano vacinadas
Entre as primeiras vacinas indicadas para recém-nascidos está a BCG , que previne contra as formas mais graves da tuberculose, como a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, nos seis primeiros meses de 2024, a cobertura vacinal desse imunizante atingiu 75,3% em todo o país. O número já se aproxima do índice preliminar de todo o ano de 2023, quando 79,1% das crianças menores de um ano foram vacinadas.
Ana Paula Toazza, 30 anos, acredita que vacinas são fundamentais não só para a proteção individual, mas também coletiva. Ela é mãe do Bernardo Toazza Castilho, de 3 meses, e mora em Porto Alegre (RS). Formada em nutrição, Ana Paula sabe a importância que as vacinas têm. “Quando meu filho nasceu, ainda no hospital, tomou a BCG. Estamos completando o calendário de vacinação de acordo com a idade dele para proteger de vírus e bactérias”, declarou.
A tuberculose é transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis , mais conhecida como bacilo de Koch. Além de atingir os pulmões, os ossos, rins e meninges também são afetados. Os principais sintomas são tosse – que pode conter sangue, falta de ar, dor no peito, fraqueza, perda de peso, febre e sudorese ao final do dia.
O Ministério da Saúde recomenda que a dose seja aplicada o mais precocemente possível logo após o nascimento em bebês com mais de dois quilos. Caso não seja possível administrar ainda na maternidade, a vacinação deve ocorrer na primeira ida à Unidade Básica de Saúde (UBS). Depois da aplicação, a reação começa com uma mancha vermelha que evolui para uma pequena ferida e, por fim, a famosa cicatriz no braço direito, que a maioria das pessoas desenvolve.
A vacina BCG é a porta de entrada para o calendário de vacinação das crianças, segundo Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. “Desde o início de 2023, uma série de ações vem sendo realizadas para reforçar a cultura de vacinação no país, com destaque para a estratégia de microplanejamento, recomendada pela OMS, que consiste em diversas atividades com foco na realidade local de cada estado e município”, destaca.
A Organização Mundial da Saúde estima que, nos países onde a tuberculose é frequente e a vacina integra o programa de vacinação infantil, mais de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa são evitados. Além das crianças, a vacina é indicada para quem convive com pessoas diagnosticadas com hanseníase e estrangeiros menos de cinco anos que estejam de mudança para o Brasil e não foram imunizados.